terça-feira, 17 de março de 2009

Gegen die Wand

Sabe aqueles filmes que são recomendados seguidos com um "bacaninha"?









Pois é, definitivamente o Contra a Parede (2004) não se encaixa nesse termo de nenhuma forma.
Um dos melhores filmes feito em solo alemão nos últimos 10 anos em minha opinião.
A direção incrível de Faith Akin, as atuações galgadas literalmen

te no sangue de Birol Ünel e Sibel Kekilli, historia no melhor estilo rock'n roll, não sei como realmente começar esse comentário.
A historia em parte se passa em Hamburgo e parte em Istambul, mostra a vida (ou a falta dela) de Cahit, um viúvo junkie, alcoólatra e encrenqueiro. Sua rotina de desequilíbrios emocionais começa a tomar outra direção quando conhece Sibel, uma jovem suicida postiça e rep

rimida por uma família sem face. Sibel vê em Cahit não só um casamento como desde o inicio ela propõe ao desorientado viúvo. Ela vê uma possibilidade de liberdade de sua família, de sua casa.
O mais interessante aqui é tentar entender como uma persona niilista/amargurado como Cahit decide ajudar a pobre garota... Simples, com sangue! A cena chave da trama se passa em um bar onde Cahit e Sibel se encontram para tomar cerveja. Ela insiste na ideia até então absurda do casório, ele a nega três vezes, em um ato tão impulsivo quanto mecânico (?!) ela quebra uma garrafa e corta o próprio pulso na hora. O sangue espirra no rosto do incrédulo viúvo. Cahit segura os braços de Sibel que o olha cinicamente. Esse foi o melhor argumento da jovem.

Sentiram?
Adentrar-me mais na trama é trazer a tona um falso senso de absurdo, como se a historia apenas se sustentasse na imprevisibilidade. Não. A historia tão bem trabalhada por Faith Akin é apenas comum se comparada com nosso circulo de visão. Sempre estamos em c

hoque, em conflito. Tanto os insolúveis conflitos culturais, quanto aqueles que nos tornam mais decadentistas.
Como podem perceber, "bacaninha" realmente não cabe a esse filme. Então façam melhor do que ler essa tentativa de critica/resenha, assistam!
Um filme de vidas e não-vidas que todos nós encontramos ao nosso redor.




vejo vocês no nefausto.

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